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Reforma da Praça do Gadioli. Ano de 2018-2019.

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  Projeto urbanístico desenvolvido como projeto de extensão nas Faculdades Integradas de Aracruz (Faacz), entre os anos de 2018 e 2019, com os alunos de graduação e futuros arquitetos Letícia Freires e Pedro Gussão. O projeto de reforma da Praça do Gadioli na cidade de João Neiva (ES) busca ser um amálgama de elementos culturais e sociais que marcam e/ou marcaram a história dessa cidade.

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Essa pequena praça, existente próxima ao centro da cidade, é um ponto de encontro de movimentos sociais que tem nas discussões de representatividade, de gênero e raça um de seus lugares de fala. Nesse espaço, movimentos LGBT +, grupos de Rap e artistas plásticos se misturam com a comunidade local. Historicamente, a praça sempre teve algum elemento de centralidade: primeiro um chafariz e mais tarde um play-ground de areia que mais é um obstáculo ao andar do que outra coisa. No projeto de reforma essa centralidade foi mantida, agora a partir de nova demanda social. Para tanto, como forma de fixar essas atividades culturais da praça um espaço central chamado de "Parlatório" foi criado, para ser, ao fim e ao cabo, um lugar de conversa, de representatividade e de fala. 

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A cidade de João Neiva é conhecida internacionalmente como uma cidade de lutiers, de construtores de instrumentos musicais, principalmente de cordas.  Tendo essa historia como um dos motes, a partir da centralidade proposta pelo parlatório, pensou-se no desenvolvimento formal dos elementos da praça através de desenhos curvos, como ondas sonoras propagadas pelo espaço (público). Do centro saem ondas que reverberam pelo entono. Como consequência, e reforçando essa centralidade, curvas opostas e um eixo central (em diagonal com a praça)  dividem e organizam os espaços da praça, assumindo, invariavelmente uma forma de instrumento musical de cordas. Enfatizou-se isso  através do desenho e dos materiais: o piso entre as curvas será de piso intertravado na cor ocre e o eixo central em diagonal, em cerâmica extrudada com filetes em barras finas de aço inox entre as cerâmicas,  que farão às vezes das cordas desse grande instrumento sonoro. Cabe ao parlatório, por sua vez,  ser sua caixa de ressonância.

 

Ao mesmo tempo, a história da imigração italiana que chega a região junto com os trilhos de trens da antiga Ferrovia Vitória-Minas está marcada também no eixo central, já que ao mesmo tempo que ele lembra as cordas de um instrumento musical também se faz como referência aos antigos trilhos de trens que passavam pela região. 

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A cidade também é prolífica em artistas plásticos. Rick Rodrigues (https://www.rickrodrigues.com), jovem artista da cidade mas de expressão nacional com sua produção de desenhos, bordados e intervenções no espaço, nos agraciou com uma de suas obras, a partir de uma de suas séries. A inspiração veio das grandes arvores existentes na praça e preservadas no projeto que formam uma grande cúpula verde de sombreamento em toda a área. Essas árvores (Oitis) são repletas de passarinhos e pequenos saguis, que agitam o lugar. A proposta de Rick é dar lugar a essa fauna local com casinhas em aço inox fixadas em postes e também penduradas nos galhos das árvores.  

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O espaço da praça é composto, além do parlatório, por áreas de estar com bancos e mesas, play-groind e novo lugar mais tranquilo, academia popular, uma praça das artes para ser um lugar para oficinas e intervenções artísticas, e onde estão parte das "casinhas" de passarinho do Rick Rodrigues, uma cobertura do ponto de ônibus refeito com novo design, bicicletário e canteiros gramados. As duas ruas laterais foram integradas em nível com a praça para ampliar seu espaço urbano e integrar o entorno da praça.