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Urbanismo e Paisagismo - Parques (Viana-ES)

Parque Linear do Bairro Arlindo Villaschi. Viana (ES). Ano de 2017

 A intervenção urbano-paisagística proposta para a Av. Santa Clara, no bairro Arlindo Angelo Villaschi, em Viana-ES, se desenvolve a partir de uma extensa área que margeia a avenida, vegetada ao longo de um canal aberto delimitado, ora por residências muradas que se estabeleceram em suas margens, ora pela rua São João, paralela ao trecho final da urbanização desenvolvida.

A avenida se caracteriza por estar em uma região de expansão urbana da cidade, possuindo o bairro a sua volta, grandes áreas de vazios urbanos. A avenida (bem como a intervenção proposta) é marcada, atualmente, por estes dois contrapontos urbanos: de um lado uma ocupação urbana de caráter residencial, com residências térreas, em sua maioria, adensadas, em muitos casos, de forma irregular dentro dos lotes, e ainda ocupando as margens do canal existente, e por outro, grandes glebas de vazios urbanos. Há ainda, a presença de galpões industriais no entorno, caracterizando, também, o outro uso e ocupação dessa área.

A infraestrutura da avenida é precária, na atualidade, sendo seu trecho sem pavimentação, calçadas e infraestrutura urbana básica. Para tanto, anteriormente a esse projeto foi desenvolvido por esta Consultoria, um projeto de urbanização da avenida e parte do bairro que contempla o desenvolvimento de sua infraestrutura básica. E a partir desse projeto, tomou-se como base suas definições de arruamento, pavimentação, calçada, ciclovia e meio-fio para o desenvolvimento do projeto de intervenção urbano-paisagístico da avenida Santa Clara.

A partir da área existente e suas condicionantes, além do projeto de urbanização previsto para a avenida que inclui canteiro pelo meio-fio com largura padrão de 50 cm, ciclovia de 2.50 m de largura e calçada/passeio com largura de 2 m, desenvolveu-se o projeto urbano-paisagístico da avenida, considerando-se as atuais áreas públicas desocupadas que margeiam tanto a avenida Santa Clara, o canal existente, bem como área paralela à rua São João. 

Os estudos iniciais, focaram na criação, na medida das possibilidades das áreas existentes, de espaços públicos, além dos passeios já projetados anteriormente, adjacentes à jardins lineares arborizados que completam a construção dessa nova paisagem local, a partir do uso de cores, formas e texturas predefinidas pelas vegetações especificadas. 

Em seus mais de 900 m de extensão, a intervenção urbano-paisagística orientou-se pelo estaqueamento feito na avenida, ainda no projeto de urbanização da região. As estacas marcadas em projeto a cada 20 m, serviram de referência para a implantação de árvores, arbustos, espaços públicos e equipamentos.

O projeto de urbanização original da área, que contemplou a infraestrutura da av. Santa Clara, seu calçamento, passeios, ciclovia e canteiro paralelo também previu a drenagem do canal existente, a partir da estaca 40, redirecionado sua passagem para o sistema de drenagem da via. Assim sendo, a partir dessa estaca o canal desenvolve-se de forma subterrânea, possibilitando com isso, a criação de áreas públicas maiores para a comunidade local.

A urbanização e o paisagismo da av. Santa Clara desenvolvem-se ao longo de toda sua extensão, no encontro da avenida com as av. Sudeste (a sul) e a rua Luiza Cazotti (a norte). O foco da intervenção foi o grande canteiro à direita da avenida (sentido av. Sudeste-rua Luiza Cazotti), tendo como referência, o projeto de urbanização da via com seu calçamento, passeio, ciclovia e canteiro paralelo à via.

Todos os encontros de esquina, da av. Santa Clara com as ruas e avenidas próximas da intervenção urbano-paisagística serão tratadas com Palmeiras Jerivá (Syagrus romanzoffiana), que marcarão todos os trechos em esquina. Ao longo dos trechos de intervenção, um conjunto de árvores de floração variada se combinará com outro conjunto de arbustos que, através também de sua floração de cores variadas criará ambientes distintos e singulares ao longo de toda intervenção.

Sob as palmeiras, um conjunto de Clúsias (Clusia fluminensis) arrematam junto com a grama Esmeralda (Zoysia japônica) o espaço dos canteiros. Árvores de Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) se combinam com arbustos de mini-ixoras (Ixora coccínea). Ipê-rosas (Tabebuia impetiginosa) são combinados com arbustos de pingo de ouro (Duranta erecta aurea). Em outro trecho, conjuntos de Sibipirunas, Ipê-rosas e Palmeiras Jerivá são combinados com conjuntos de Mini-ixoras, Pingos-de-ouro e Clúsias (em conjuntos duplos e triplos). Árvores de Jasmim-manga (Plumeria rubra) fazem presença com sua floração branca em lugares específicos da intervenção, tendo sua base revestida com arbustos de Clúsias e forradas com Grama Esmeralda.

Acompanhando tanto a topografia local, bem como a urbanização prevista para o local, foi possível prever dois espaços públicos, além dos anteriormente previstos (calçadas, ciclovias e canteiros). Estão implantados especificamente entre as estacas 25 e 28+5m (o menor) e 41 a 47+5,39 m (o maior). Espaços de estar, com bancos, pergolados e canteiros, além equipamentos para prática de esportes – um mini-campo de futebol society e uma academia popular de ginástica ao ar livre – e área de lazer para as crianças – um grande play-ground, compõem os espaços públicos de convivência propostos para essa intervenção. A proposta dessa intervenção urbano-paisagística notabiliza-se por construir uma nova paisagem para esse lugar carente de espaços urbanos públicos e integradores.

Mirante/Parlatório do Parque Natural Rota das Garças. Viana (ES). Ano de 2017

  Esse projeto visava a criação de um mirante no topo do morro com mais de 230 de altura existente dentro do Parque Natural Rota das Garças. A difícil subida até seu cume mostrou que a criação de um mirante não seria a melhor opção. Como esse projeto tinha desde sua origem o cunho da educação ambiental, optou-se portanto, a uma mudança de tema; de mirante à lugar de encontro, de chegada das trilhas, de caminhadas em meio à natureza, um lugar de parada e de fala, de conscientização ambiental e ecológica; um parlatório!

  O espaço surge em meio à mata, sob às árvores existentes no local. Um grande deck se estica mata à dentro, como lugar de chegada e paragem. Um laje em concreto armado apoiada sobre o solo, assenta um piso em madeira ecológica. O acesso se faz por um escada de concreto armado que leva a uma longa plataforma. A partir dela,m chega-se ao centro do espaço: uma área quadrada de 10 x 10 m, girada no eixo, com outro quadrado central aberto sobre o piso, dando acesso direto ao solo arenoso do lugar. Ali, no parlatório, um circulo formado de bancos circulares de toras de eucalipto cortado, as pessoas sentam para conversar, para refletir sobre o percurso morro acima, e, sobre a natureza a sua volta. 

  Um espaço singular para debates, discussões e ensinamentos singulares. 

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